

por Jana Lauxen

A CULPA SEMPRE RECAI SOBRE A MULHER, QUE RECEBE DA MÃE
UM GENE PECADOR: O GENE DE EVA.
Eva, a primeira mulher que o mundo conheceu e com a qual não soube lidar; a progenitora de todas as perdidas e amaldiçoadas. Aquela que nos expulsou do paraíso por desobedecer e não resistir à sua vontade. A que não se contentou com o céu e nos deixou de herança o pecado original. Bendita Eva.
Não importa o quanto a mulher seja aparentemente recatada e dócil; dentro dela pulsa algo que a empurra para fora da segurança do jardim – seja do Éden, seja do lar. Em um dado momento, este ímpeto orgânico manifesta-se de forma arrebatadora, especialmente quando sente ameaçada sua integridade. É preciso sobreviver ao paraíso de algum modo.
Mas quem se importa com o que se passa pelo coração de Eva?
Quem quer saber dos bastidores do céu?
VINTE ANOS APÓS O ASSASSINO DE EVA MATAR QUATRO JOVENS MULHERES NA RELIGIOSA CIDADE DE SANTA FÉ DOS AUSENTES,

outro corpo é encontrado nu, uma folha de figueira sobre seu ventre e uma maçã repousando em sua mão esquerda. Porém, quem estava morto agora era um homem com cerca de 50 anos. O assassino original, preso há duas décadas, tem um imitador: e para ele, ADÃO TAMBÉM MERECE MORRER.
Essa é a sinopse do sexto livro da escritora carazinhense Jana Lauxen, o romance policial O gene de Eva, publicado pela Editora Suik, que se utiliza do mito de Adão e Eva para contar uma história sobre pecado e redenção, vingança e justiça, céu e inferno, passado, presente, fé e violência contra a mulher.
Diz a lenda que Eva, ao não se contentar com o paraíso nem com seu papel de costela de Adão – esse sim feito à imagem e semelhança de Deus, o Todo-poderoso – provou o fruto proibido e acabou expulsa do Jardim do Éden, condenando toda a humanidade ao mesmo destino.
O pecado original foi deflagrado por uma mulher, e essa culpa parece recair sobre todas as mulheres, que herdam da mãe um gene desobediente: o gene de Eva.
A obra se desenrola em torno de duas perguntas: quem é o assassino imitador e por que ele está recriando os assassinatos de 20 anos atrás. É em busca dessas respostas que estão os três personagens principais do livro, uma jornalista, uma psiquiatra e um delegado, além, é claro, do leitor, que acompanha os acontecimentos e reviravoltas como um personagem oculto, porém presente e atuante.
Enquanto procuram a saída do labirinto no qual o assassino imitador aprisionou novamente a pequena e pacata comunidade de Santa Fé dos Ausentes, a narrativa dá uma guinada e sai do caminho principal, enveredando por trilhas improváveis e atalhos obscuros, mostrando que, na verdade, as perguntas a serem respondidas não se reduzem a duas, mas a muitas, e são bem mais complexas e imprevisíveis do que poderia supor o leitor.
Vem junto viajar até Santa Fé dos Ausentes para descobrir quem está imitando o Assassino de Eva 20 anos depois – e por quê.

Afinal, quando o passado reencontra o presente, não há santa, reza ou religião capaz de defender os réus, antes juízes, de sua sentença final. Pois o ontem sempre encontra o hoje para evocar nossa descendência e lembrar que a maçã nunca cai longe da macieira.
QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA AQUELE QUE TIVER CORAGEM.
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TRECHOS





SOBRE A AUTORA:
JANA LAUXEN tem 40 anos e é escritora, editora e produtora cultural há quase duas décadas. Formada em Comunicação Social pela Universidade de Passo Fundo (UPF/2006), é autora de seis livros: Uma Carta por Benjamin (romance, 2009), O Túmulo do Ladrão (romance, 2013), O Duplo da Terra (romance, 2016), Inspiração: Substantivo Feminino (crônicas poéticas, 2019), Cantigas de Despertar (poesias, 2022) e O Gene de Eva (romance, 2025). Colaboradora da revista Café Espacial desde 2008, já participou de 18 coletâneas e organizou outras 16, publicando textos de mais de 400 escritores brasileiros.
Em 2013 fundou a Editora Os Dez Melhores, cujo catálogo atualmente conta com 35 títulos – 16 deles pelo selo Nascedouro, pelo qual é responsável, e que busca transformar crianças e adolescentes em escritores. Por meio dessa iniciativa, já foram publicados em livro textos e desenhos de mais de 700 estudantes do interior gaúcho.
Já organizou mais de 20 eventos culturais, entre feiras de arte, lançamentos de livros e saraus, que reuniram centenas de artistas e autores de Carazinho e região apresentando seus trabalhos.
Em 2025 foi uma, dos 50 escritores gaúchos selecionados para participar do projeto Autor Presente, uma iniciativa do Instituto Estadual do Livro (IEL) e da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, em parceria com o Instituto de Leitura Quindim, que busca levar livros, autores e literatura para escolas pertencentes ao Programa RS Seguro, que atua em áreas com maior vulnerabilidade social, violência e criminalidade.
Desde 2013 ministra em escolas a palestra A literatura não é chata, na qual apresenta aos estudantes dez motivos práticos que comprovam a importância da leitura para nossa independência intelectual.